Resenha crítica do livro " Holocausto brasileiro- Daniela Arbex"
- carlotinha
- 11 de set. de 2019
- 3 min de leitura

Olá galera, mais uma resenha e vou falar para vocês , eu li esse livro com um aperto no coração, é tanta dor do início ao fim, ,mas de já lhe garanto que é uma leitura necessária ,precisamos estar atento do quanto ainda somos manipulados e oprimidos pelo Estado e pela mídia, lembro de uma frase que vi em uma camisa que dizia “ liberdade é pouco , o que eu quero não tem nome ainda”, aliás existe um documentário sobre esse livro também ( clica aqui), separei alguns fragmentos e irei comentar.Espero que gostem!!
“ cerca de 70% não tinham diagnóstico de doença mental. Eram epitéticos, alcoolistas, homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava , gente que se tornara incômoda para alguém com mais poder”
“morriam de tudo e também de invisibilidade. Ao morrer, davam lucro. Entre 1969 e 1980, 1.853 corpos de pacientes do manicômio foram vendidos para dezessete faculdades de medicina do país, sem que ninguém questionasse. Quando houve excesso de cadáveres e o mercado encolheu, os corpos foram decompostos em ácido, no pátio do colônia, na frente dos pacientes, para que a ossadas pudessem ser comercializadas. Nada se perdia exceto a vida.”
Vivemos em um mundo de um holocausto sem fim, pro Estado é mais fácil e barato investir em armamento , policiais,”upp”,cárcere,comunidades terapêuticas , do que em políticas públicas efetivas, nos colocam à margem da sociedade e destinam a responsabilidade desse contexto para nós, é mais vantajoso pro Estado consequentemente para aqueles que estão no poder ou que estão lutando para chegar lá.E como já percebemos tudo que interferem de alguma forma “ na ordem pública” é ceifado, vocês já perceberam que algumas cidades do Brasil que foram planejadas, o design da cidade esconde as desigualdades sociais?!Tem um autor de um artigo que eu li que falava assim “ o Brasil não é pobre , ele é injusto”, nós fomos condicionados a viver dentro de um quadrado, lembre-se o conhecimento é a melhor arma que você pode ter.Sobre os corpos vendidos para as faculdades, eu me lembro quando estudei anatomia , todos da sala achavam top pegar em órgãos de pessoa mortas, tiravam até foto (o que é proibido), eu achava aquilo tão sem sentido, tão desumano , claramente poderíamos aprender com os livros e com órgãos feito com outros materiais .A mesma coisa com os teste em animais, muitas faculdades ainda utilizam camundongos nos laboratórios, quando estudei farmacologia fiz teste em alguns foi naquele exato momento que entendi que eu estava no local errado.A ciência quer “progredir” soterrando vidas, pode-se progredir de outras formas( células trocos, tecido epitelial e uma gama de inovações para testes), porém para indústria farmacêutica é mais barato fazer teste em animais,ou seja, o capital falando mais alto, lembrando que , em vários filmes e livros retratam a existência de testes em humanos que estão a margem da sociedade, somos cobaias do “progresso”.
“pelo menos trinta bebês foram roubados de suas mães. As pacientes conseguiam proteger sua gravidez passando fezes sobre a barriga para não serem tocadas. Mas ,logo depois do parto, os bebês eram tirados de seus braços e doados.... é compreensível que, depois disso, muitas mulheres tiveram, de fato, enlouquecidos”
“dentro do hospital, apesar de ninguém ter apertado o gatilho , todos carregam mortes nas costas”
“O faturamento era garantido, ainda, pelo uso da mão de obra dos internos no conserto de vias públicas , limpeza de pastos, preparação de doces”
“Qualquer moléstia mental serviria, afinal, o rapaz era filho da pobreza como a maioria dos depositados nos manicômios do Estado”
“loucura ainda é usada como justificativa para a manutenção da violência e da medicação da vida.É como se a existência pudesse ser reduzida à sua dimensão biológica e para todos os sentimentos existisse um remédio capaz de aliviar sintomas e de transformar realidade em fuga... o descaso diante da realidade nos transforma em prisioneiros dela”
Loucos somos todos nós que fomos coniventes com esse horror , rotulamos de loucos todos aqueles que não se esquadram no padrão ou que gera alguma “ameça” , somos diferentes e todos nós temos nossas peculiaridades e devemos ter orgulho disso, ao invés de menosprezar. Essas pessoas foram escravizadas e mortas por ser verdadeiramente quem são, somos explorados desde o período colonial e estamos abandonados por um Estado( e quando me refiro ao Estado nessa resenha me refiro a todos nós que abandonamos uns aos outros) que nunca fez seu papel.Por isso faço um convite à você que estar lendo essa resenha, (LUTE , SEJA RESISTÊNCIA) , pois como diz Martin Luther King “ uma vida sem ter pelo que lutar, não é uma vida bem vivida”, saia da zona de conforto e mecha-se, pois existe pessoas que precisam de você.
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